Convido-te a compor
E a chorar se preciso for
Não importa o tamanho da rima
Apenas, palavras como imã.
Fale de lua fale do que vier
Mas ainda me beije se puder
Gosto de sentir tuas palavras de perto
Sempre estarei de braços abertos
A te esperar como só eu sei
Acredito que um dia errei
É realmente troquei versos
E me fiz aos inversos
Mudando e apagando o que fiz
Não sei bem como se diz
Mas hoje me serve de consolo
O que um dia será namoro
A grama mesmo molhada
Transmite em uma só olhada
O que eu deveria fazer
E escreve o que eu deveria dizer
Calculo e reconto
Amarro com um ponto
Minha boca fica calada
Cala-se no frio da alvorada
É escura a fria
Lembro-me dos versos daquela guria
E choro mais e mais
Já abandonei meus iguais
Não escuto conselhos a mil
Sei que a vida é presa a um fio
Que mesmo fininho é forte
Talvez esse seja meu norte
Procuro na rosa dos ventos
Leve, trançada a tentos.
A explicação de meus caprichos
Porque destes cambio-os
Não encontro uma explicação
Apenas o sentimento de decepção
Pelas maldades da vida
Pelos caminhos da lida
Tranço em versos feitos agora
Tudo e a qualquer hora
Que o dia me mostrar
Que ainda é tempo de amar
A lua minha companheira
Fiel à vida inteira
Ainda hoje esta calma, ali.
E eu, assim, calado aqui.
A grama já não é mais verde
A escuridão a deixa com sede
Que o sereno mata sem do
E faz em meu coração um nó
No este que se desfaz
Quando o sol fugaz
Vem inundando meu mundo
Deixando a tristeza lá no fundo
Quero um dia ser estrela
Para melhor vê-la
Bem lá do alto, nas nuvens.
Sei que um dia tu vens
Ajusto umas coisas quando tu vens
Trato-te com carinho, te quero bem.
Sabes que um dia te comentei
Que teu ainda serei
Mas calma tempo apressado
Não fica ai amarrado
Mexes-te bem devagar
Não me magoa em um olhar
Essa moça que traz tormentas
E que tempestades enfrentas
É a mesma que me sorve o mate
É a mesma que meu coração abate
Convidei-te a compor
Pois não gosto de impor
Minhas palavras desgarradas
Trazem palavras amadrinhadas
Traçam alguma imaginação
Perdida num rincão
Destes lugares tantos
Lembro-me de teus mantos
Todos leves e delicados
Sempre estiveram abraçados
Por uma pele esculpida na calmaria
Aproveitando a luz do dia
Mulher de mil olhares
Traz os 7 mares
Dentro de teu olhar
Que fica a me inundar
Busca na voz os ventos
Mesmo em noites de relentos
Sempre traz uma palavra doce
Pra os lugares onde fosse
Não posso falar muito agora
Sei que já esta na minha hora
Não quero tomar de teu tempo
Mas fica aqui apenas um exemplo
De como poderia ser um dia...
Será realmente que assim seria
Como a imaginação flutuante
Volto a ser eu mesmo, caminhante.
Sonhando com qualquer alguém
Mesmo sem ninguém
A meus olhos sou exigente
Tornaram-se uma vertente
Mesmo assim continuo aqui
Sei que tu ainda estas ai
Mesmo assim me perco a imaginar
Como seria em um todo, amar!
Diôzer R. Dias