"As imagens a frente nos remetem a ilusão de conhecermos o tudo de tão pouco espaço, num ângulo de visão distorcido quanto a realidade dos caminhos tomados ao longo da vida. A vivência de tempos nos transmite a certeza do ontem e a bravura do hoje, mas não pode nos mostrar o caminho do correto amanhã. Os versos em suas variadas formas, demostram de forma única a cada um de nós, as maneiras de levar a frente a maior incógnita do mundo, a vida! - Sintam-se a vontade para comentar ." O autor.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FELICIDADE

Palavra sublime entre as demais
Perante os desiguais preconceitos
Que assolam a vivencia de nossos dias
Que a dias não são tão nossos.

Amiga inseparável da alegria
Busca na inconstância de atos
E de fatos aos quais se orgulha muito
Um mundo só seu eu meio a nós.

Vem de um sorriso de criança
A marca de uma esperança
Que desconhece a idade e alcança
A dádiva de mais uma herança.

Rumada a caminhos de louvor
Não tem medo de se perder
Por amor quem nessa eterna magia
E na alegria se envolver.

É uma senhora de muitos anos
De poucos planos, apenas vive
A dona Felicidade a nos rodear
Por tempos perto, por tempos longe.

Infinita como o horizonte
A donzela da prosperidade
Passa a eternidade aqui
Bem dentro de nós.

E como se não fosse capaz de escapar
De seus corações infindos
Vive a marcar profundamente
O meu coração, e o de tanta gente.

Diôzer R. Dias

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O QUE A DISTANCIA ME TRAZ

O segredo que buscamos encontrar
É uma maneira certa de amar
Com as revelações do destino
Que aguçam nossa imaginação

Eu sobrevivo do som
Do pulsar de teu coração
Bebo por magoado
As lágrimas de emoção

Dos momentos que vivi
Dos sonhos que ainda fracos
São tantos em momentos raros
Que crescem a cada nova lua

Sei bem dos momentos que falo
Juntados a pedaços no chão
De um quarto vazio assim
São os pedaços de minha paixão

Minha alma procura teu semblante
Quero ser teu amante a todo momento
Quero ser teu abraço ao relento
Ter teu pensamento nesse instante

Diôzer R. Dias

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PEALADA

Apartaram um novilho
Bem gordo já quase touro
Amadrinhando o baio mouro
Que por novo não teve filho.

Seguirão pelando
Rumando o mangueirão
Como entoada perfeita
Batendo os cascos no chão.

O novilho enxergando a morte
Entre as taboas da mangueira
Se alvorotou levantando poeira
Trocando dia por noite.

E entre gritos e açoite
A martelada era certeira
Uma pealada por inteira
E o potro poi-se a dormir.

A peonada deu por encerrada
Uma pealada assistida
Antes da faca ser enterrada
Um novilho, um upa e a partida.

Um grito ao longe ecoou
A moça estava em perigo
A pealada não era perfeita
Mas o susto logo calou.

Um laço surgido ao horizonte
Como armada pra rodeio
O novilho virou num monte
Caído embolado campo fora.

Na outra ponta do laço
Pés bem cravados no chão
Esticada a cana do braço
Seu peão a moça avistou.

Morreu virado pra o norte
Um novilho já quase touro
Um peão sem medo da morte
A moça levou no mouro.

Diôzer R. Dias

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MATEADA NO JUVENCIO

Vim me chegando a trote no rancho do Juvêncio
Enquanto o pala da noite num pealo se deitava
Como se desse um ultimo grito de boa noite
O sol se esconde por debaixo da ramada

Ao longe a cuscada alvorotada, recebia, eu e o pingo
Que vinha faceiro, cola erguida, bem trançada
E num relincho dava boa noite a peonada
Que ao pé dum fogo de chão, proseava no galpão

O Juvêncio que é de confiança, e acredita muito no Patrão do Céu
Me grito de longico: -“Vem se achegando guri,
o fogo já ta em brasa e o mate ta quase quente.
Chega no galpão e mateia com a gente”.

É coisa linda vê o entrevero no galpão
Aquele céu de madeira tapado de picumã
Que vem de um fogo de chão
Nos formando uma clareira igual ao sol da manha

A cuia com sua infusão, vagarosamente,
Passando de mão em mão, num ritual que é tradição
Passado de geração em geração
Que muito retrata os costumes da nossa gente

A amizade e o respeito, entre os de poucas primaveras
Que escutam calmos e atentos, tudo o que falam
Aqueles que conhecem bem, todas as estações
São causos e contos ilustrados nas taperas

Noite de mateada no Juvêncio se resolvemos parar
E ouvir as indiadas do Cadencio
Não se vê o tempo passa, e como passa
Até parece que esse tal tempo criou assas

Mas acho que já é demanhãzinha, o galo canto
E o sol sem dó vem paleteando quem dormiu
Talvez por ta parado encostado num canto
Se assim escolheu passar a vida

É hora de lida, um banho de sanga
Um ultimo gole do amargo. E fica a saudade,
Mas em forma de alegria pra o Juvêncio
Que arregaça as mangas pra mais um dia

Buenas seu Juvêncio
Eu to encostado no pingo, e o pingo qué o rancho
Até a próxima mateada
E que o Patrão Celeste permaneça a seu lado.

Diôzer R. Dias

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

QUANDO CHOVE

Oh chuva que chora por mim
Por uma paixão que não tem fim
Largado como um pingo desgarrado
Começa a chorar o coração apaixonado.

Chove, chuva sincera e gelada
Leva embora as magoas de minha amada
Pra bem longe desta estância
Vai, vai pra uma longa distancia.

Ouço as goteiras a chorarem
Teu nome alto gritarem
Quando as nuvens do céu
Envolvem teu rosto em um véu.

Vira teu rumo chuva nobre
E leva este coração pobre
Pra junto daquela prendinha
Que ainda sonho um dia ser minha.

A chuva acalma o coração
Amadrinhada por algum trovão
Firme e alta lembra a tua voz
E eu continuo aqui, a sós.

A chuva calma transformou em aguaceiro
O meu pequeno coração caborteiro
Que até então indomado
Sentiu-se pela primeira vez maneado.

Peço-te chuva desgarrada
Leva esse recado pra minha amada
Que se foi pra longe de mim
Acreditando a nossa história ter fim.

Mostra pra ela tempo molhado
Que meu coração foi amarrado
Mesmo em tempo frio
Lembro tua voz num assobio.

Chuva de verão ligeira
Mostra pra essa caborteira
Que meu coração tem uma cancela
Com um segredo que é só dela.

Para chuva umedecida
To com saudade da minha querida
Deixa o sol brilhar forte
E me trazer um pouco de sorte.

Vento que me ajuda a levar esse recado
Leva essas nuvens pra outro lado
Que pra meu coração magoado
Esse tempo é só mais um fardo.

Passa chuva por favor
E leva junto essa dor
Chuva, até posso estar errado
Só sei, que estou apaixonado.

Diôzer R. Dias

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MUSIQUEIRO

O musiqueiro acordou inspirando
Mirando dois olhos cor da noite
Em meio a esse emaranhado
Suas palavras eram ladeadas pela dor

Aqueles teus cabelos morena
Com a pele em tom de cuia
Tão macios como noite serena
Inspiram deste poeta o dom

Mas musiqueiro te apruma
Não te achega por capricho
Vai devagarito, te arruma
Que hoje é noite de cambicho

Mas musiqueiro, um olhar calmo
É o que busca esta pinguancha
Te puxa a palmo e meio
Mas segue pedindo cancha

Troca passos num entrevero
Bem pilchado a capricho
Mais uma marca seu gaiteiro
Quero dançar tipo bicho

A bombacha embalava o vestido
Minha prenda ia a meia marca
E eu num cochicho ao pé do ouvido
Tenteando uma noite de carinhos

Não destruo ninhos nem pelejo a toa
Fixei o grão dos olhos nela
Uma china já meio coroa
De nome repuxado, Carmélia.

Dançava como flutuando
Diante deste guasca
Usava de recursos a morena
A uma noite tão pequena

Mirando a imensidão
Deste mundão de Deus
Percebemos as diferenças
Num alarido de baitas

Largamos um pra cada lado
Mas deixei o baile ainda inteiro
Sonhando musiqueiro, com a pele,
O cabelo e os olhos da morena.

Diôzer R. Dias

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Todos os textos/frases/mensagens/palavras/etc..., aqui postados são de autoria de Diôzer Rodrigues Dias, as imagens utilizadas foram retiradas através de site de busca na internet. Todo e qualquer artigo literário que venha a ser utilizado neste Blog levará como rodapé sua autoria.

Sem mais, espero que gostem da leitura e aproveitem bem o espaço destinado a comentários.

Att. Diôzer Rodrigues Dias.