Eu venho a trote remodelando tua imagem
Sei que ando sempre ligeirito a te buscar
Não entendo o que transmitem em mensagem
Eu venho a galope meus sonhos a trançar
Busco um recuerdo na lembrança teu semblante
Sou teu eterno amante um gaúcho aprendiz
Se quem bem me quis pelas pedras desta vida
Mostro na lida o valor que me diz
Busco na lembrança um fio de esperança
Esporeando a saudade lá de fora
Quero agora teus achegos inundando
Minha alma e meu corpo acalmando
As taperas são encontros em fim de tarde
Para duas almas que buscam seu caminho
Moro sozinho em meu ranchito singelo
Sonhando sempre com teu rosto puro e belo
Ah prendinha que roubou este gaúcho
Sabes que estou te buscando a invernias
São nas noites frias que teu nome me aquece
São meus ouvidos que tua voz não esquece
Trago embalados sonhos tantos nas esporas
Sonhos de agora que vieram do passado
Voltam ao pago deste sonho, coração
Sou teu rincão tua parada assim por certa
Uma morada encoberta vislumbrando o céu
A lua em seu véu rasgado por uma estrela que cai
É quando tu sai para longe de mus achegos
Procuro em meus dedos a coragem necessária.
A andorinha é a comissária, de boa sorte
Rumo pra o norte, pois vou a teu encontro
Acredito já estar pronto, para receber teu carinho
Canto como canarinho ao te imaginar.
Fico rengeando ao pensar que podes não me querer
Prendinha, meu bem-querer, tu sabes que me laçou
Aos poucos me amadrinhou, para que devagarito
Sem precisar de grito, tu me ganhaste.
Tu que sonhaste com esta estampa de peão
Rude, pés no chão, a estirpe de pachola
Tu não da cola pra conversa alheia
Eu sei, sem peleja, com calmaria.
Guria em vestido de chita
Meu coração palpita ao te ver
Esse meu ser abarrotado de emoção
Traz um coração puro e simples
Sem alvoroço a tiro em uma marca
Seu pai um monarca dos mais buenos
Acostumado aos serenos do dia a dia
Não pia, apenas espia.
Moreninha que levou meu pala
So por regalo, cala minhas palavras
Brabas e sem rumo, leva pra ti
Não sou bem te vi mas sei cantar
Quero teus filhos embalar em meu pala
Levar em uma mala os panos que comprares
Quero que me ampares nos dias longos
Cevando amargos em porongos curtidos.
Chimarronear ao teu lado pela eternidade
E apesar da longa idade que tiver
Quando um filho vier, poder abraça e brincar
E se preciso for chorar, somente ao teu lado
Cerzir um poncho pra te esquentar
Algum gado apartar nesse ranchito
Fundão de grito perdido ao horizonte
Num emaranhado de taperas
Sei quem tu eras e quem tu és agora
Vivo no mundo lá fora por vontade de Deus
Quero filhos teus se Ele nos permitir
Continuo a existir para te conquistar
Aprendi a amar essa terra que me vem
Em aguaceiros o azevem pro pingo
No churrasco de domingo bem calmo
Fico a um palmo deste sonho.
Diôzer R. Dias.
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