"As imagens a frente nos remetem a ilusão de conhecermos o tudo de tão pouco espaço, num ângulo de visão distorcido quanto a realidade dos caminhos tomados ao longo da vida. A vivência de tempos nos transmite a certeza do ontem e a bravura do hoje, mas não pode nos mostrar o caminho do correto amanhã. Os versos em suas variadas formas, demostram de forma única a cada um de nós, as maneiras de levar a frente a maior incógnita do mundo, a vida! - Sintam-se a vontade para comentar ." O autor.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PRIMEIRO DOMINGO

Vinha eu certa noite
A pacito pela estrada afora
Com meu companheiro de andanças
Um tordilho das patas mansas
Que ganhei da dona Aurora.

De relance entre o mato
Vi um lusco-fusco de candeeiro
Que brilhava mais que olho de gato
E eu, eu que sou loco por entrevero
Me larguei a trote pro candeeiro.

De longe se via uns índio
Acho que tavam lá de sentinela
De lança na canhota,
Adaga e faca na cintura
Cuidando quem pulava a janela.

Apeei do tordilho
Já meio encarando os índio grosso
Atei meu pingo perto da porta
Sem da nó de muita volta
Só pro causo dum alvoroço.

Já na portaria do baile
Vi que os índio eram filho do patrão
Chinaredo se alvorotando
Vinham meio se piscando
Pra volta dos peão.

E o gaiteiro era xucro
Tentava se entender com a oito baixo
Vinha puxando o barbicacho
Pra não se enreda no fole
E do copo de samba, puxava mais uns gole.

Fui me chegando pro bulicho
Pois de longe vi uma prenda me espiando
Sem pensar muito no que podia acontecer
Chamei ela no cuchicho
E de longe ouvi o gaiteiro gritando.

Pois amigos lhes digo
Tava em pago desconhecido
Então achei que o causo era comigo
“essa é pra quem quer se enrabixa”
Disse o gaiteiro num sopro.

Já fui puxando a percanta
Bem pro meio da sala
Mas que china que se embala
Quando se põe a dança bugio
Bailemo duas ou três e já apagaram os pavio.

Tavam aprumando os candeeiro
E eu me larguei do entrevero
Meio cuchichando pra china
“vo saindo com meu pingo
Mas te encontro no outro domingo”.

Diôzer R. Dias

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