Apartaram um novilho
Bem gordo já quase touro
Amadrinhando o baio mouro
Que por novo não teve filho.
Seguirão pelando
Rumando o mangueirão
Como entoada perfeita
Batendo os cascos no chão.
O novilho enxergando a morte
Entre as taboas da mangueira
Se alvorotou levantando poeira
Trocando dia por noite.
E entre gritos e açoite
A martelada era certeira
Uma pealada por inteira
E o potro poi-se a dormir.
A peonada deu por encerrada
Uma pealada assistida
Antes da faca ser enterrada
Um novilho, um upa e a partida.
Um grito ao longe ecoou
A moça estava em perigo
A pealada não era perfeita
Mas o susto logo calou.
Um laço surgido ao horizonte
Como armada pra rodeio
O novilho virou num monte
Caído embolado campo fora.
Na outra ponta do laço
Pés bem cravados no chão
Esticada a cana do braço
Seu peão a moça avistou.
Morreu virado pra o norte
Um novilho já quase touro
Um peão sem medo da morte
A moça levou no mouro.
Diôzer R. Dias
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