Quero um tempo só pra mim
Onde eu possa ditar as regras
Quero algo que lembre a terra
Daquele momento distante
Quero um tempo andante
Que não me cobra por quem sou
Em um momento eu não vou
Lembrar desse passado maleva
Quero um tempo que me entrega
As chaves do meu destino
Onde nenhum taura malino
Tenha coragem de pelear
Quero um tempo para lutar
Por meus ideais guerreiros
Mesmo eles sendo caborteiros
São meus e de mais ninguém
Quero um tempo meu, não de alguém
Para mostrar a realidade
Que busca sem maldade
Minha verdadeira consciência
Quero um tempo que mostre minha essência
No seu mais puro momento
Trançado por vários tentos
Pode seguir firme, e ir sem rumo
Quero um tempo sem consumo
Onde a única coisa vendida
Sejam as alegrias da vida
Esquecendo um pouco o passado
Quero um tempo para ser amado
No verdadeiro sentimento escondido
Mostro-me, e sou teu amigo
Pra qualquer hora e momento
Quero um tempo ringido a tento
Que é pra não arrebenta
Mesmo que se procure manea
Segue-se no mesmo reboliço
Quero um tempo de feitiço
Uma fantasia para acreditar
Essa angustia poder matar
Com os personagens criados por alguém
Quero um tempo além
De qualquer outro vivido
Que nunca o tenha esquecido
Pra um outro recomeço
Quero um tempo... e não apareço
Permaneço aqui declamando
Quando solito, chorando
Por não ter tempo nenhum
Quero um tempo em que algum
Vivente mesmo maltrapilho
Permaneça como eu, andarilho
Buscando o inexistente infinito
Quero um tempo bonito
Que não existe, já sei
Onde Deus seja a lei
Por todo gaúcho andejo
Quero um tempo, e desejo
Mesmo em sentimento sombrio
Não deixar meu rancho vazio
Passando os tempos a assobio.
Diôzer R. Dias
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