Encontra-se mais uma vez a menina de cabelos quase claros, em meio a suas flores prediletas, a estação mais próspera e saudosa do ano em sua opinião. O que poderia explicar ela sobre tal sentimento ao abrir seus olhos em uma bela manha de primavera e ver a seu redor o florescer de suas belas “flores de ouro” as quais eram a inveja de seus cabelos ao tocá-las perante o sol.
Estonteante era o perfume exalado pelas musas da estação, um cheiro em forma de sabor que deixava vagando a procurar de onde vinham, as duas meninas existentes há 20 anos em seus olhos. Somente mais uma, e esguia, porém bela moça, completaria suas vinte e uma primaveras, data esta, esperada há anos por um coração ao qual de alegrias e boas lembranças, pode apenas recolher dos momentos em que, sentada sobre o extenso gramado verde, agora mesclado de dourado, no seu parque predileto, no centro da pequena cidade onde viverá durante seus últimos 8 anos.
O belo parque de seus sonhos, rodeado de gira-sois e margaridas, sentada sobre o tapete verde, viajava em seu mundo de sonhos ao inalar o perfume de qualquer que fosse de suas flores, e no ímpeto do momento, expulsava uma única lágrima, misto de alegria e dor, por saber que aqueles dias se acabarão logo, mas com a esperança de poder ver a estação das flores do próximo ano.
Diôzer R. Dias
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